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Neste espaço, pretendo expor um pouco dos meus pensamentos sobre diversas coisas: atualidades, política, Direito e tudo mais aquilo que julgar interessante e tiver um pouco de conhecimento para dividir.


Longe de mim querer ser o dono da verdade, mas espero respeitar e ser respeitado nas minhas opiniões, pois "todo ponto de vista é a vista de um ponto..."



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O PMDB é quem dá as cartas na Política Nacional (Brasil Econômico) - Entrevista Michel Temer

Entrevista do Vice Presidente Michel Temer - Presidente Nacional do PMDB.
Brasil Econômico
Edla Lula, Octávio Costa e Sonia Filgueiras (redacao@brasileconomico.com.br)
 
 
A declaração do presidente do partido, Michel Temer, tem por base o fato do PMDB reunir o maior número de políticos eleitos

O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, comanda um verdadeiro império político. Além de seu cargo, o partido acumula a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, e, por consequência, preside o Congresso Nacional. Também reúne o maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e senadores. E, na Câmara, só fica atrás do Partido dos Trabalhadores (PT).
Com base nesse cacife, Temer, em entrevista exclusiva ao Brasil Econômico, fez uma declaração de força: "Quem dá o tom da política no país é o PMDB. Não é sem razão que muitos querem o PMDB". Para não deixar qualquer dúvida, o vice-presidente constata que "se o PMDB não dá apoio a um projeto, o projeto não sai". Apesar do poder e da enorme estrutura, o partido repetirá a dobradinha Dilma-Temer na reeleição. Mas, em 2018, o ciclo da parceria política com o PT deve se encerrar. "Vamos nos preparar e aí, sim, lançaremos um candidato próprio", promete Michel Temer.
Como o senhor avalia o cenário eleitoral que já se desenha?
Em primeiro lugar quero registrar que se antecipou por demais a campanha. O correto seria que ela se desenvolvesse a partir do ano que vem. Legalmente, deveria ser a partir de junho e, politicamente, a partir de fevereiro ou março. Essa antecipação não é útil. Ela até consegue pré-desenhar o cenário eleitoral, mas não consegue defini-lo. Neste pré-desenho já há candidatos formados. O problema é que tudo o que se passa agora tem em vista a campanha eleitoral do ano que vem e isso não é útil.
O senhor é candidato à reeleição como vice?
Isso vai se definir no ano que vem. Mas é evidente que se nós olharmos o histórico das candidaturas, na reeleição, a tendência é se repetir a chapa.
Por que o PMDB, partido fortíssimo, não lança uma candidatura própria à presidência?
Concordo com a premissa de que o PMDB tem muito poder político, na medida em que tem a presidência da Câmara; a presidência do Senado; a vice-presidência da República; tem o maior número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais. Tem o maior número de senadores e quase o maior número de deputados federais. Tem o poder político muito acentuado. Quem dá o tom da política no país é o PMDB. Não é sem razão que muitos querem o PMDB. Mas nós não nos preparamos para ter uma candidatura. Veja o caso do Ulysses (Guimarães, candidato a presidente em 1989 pelo PMDB). Ele foi o homem que reconstruiu o Estado brasileiro. Foi uma grande figura e teve 4% dos votos. Uma candidatura precisa ser bem preparada. No caso de 2014, vamos repetir a mesma parceria com o PT e vamos nos preparar para 2018 e aí, sim, lançaremos um candidato.
Há nomes que poderiam ser cogitados para essa candidatura?
Nomes serão preparados.
O problema de 2018 é que Lula também será candidato...
Pelo que sei, ele não tem intenção. Já cumpriu o papel dele. E cumpriu muito bem. A ideia de um terceiro mandato pode até desmerecer os mandatos anteriores.
O senhor não está no time do "volta Lula", então?
Essa é uma decisão dele e do PT.
A candidatura em 2018 depende do desempenho em 2014?
Não acredito. Nós temos um desempenho já consolidado. O número de prefeitos é uma coisa importante. A grande capilaridade do PMDB se assenta nisso. Temos uma estrutura nacional que vai nos permitir uma candidatura em 2018. E esperamos que em 2016 possamos repetir os mesmos números nas eleições municipais.
Esta antecipação afeta as relações do PMDB como governo ou o PT agora?
Não afeta ao ponto de afastar. Mas é claro que cria algumas dificuldades onde há candidaturas nos estados. É preciso verificar o nível desta litigância estadual. Se ela se estabelecesse no ano que vem, seria mais fácil para a discussão que se daria. Quando se antecipa o assunto, a discussão se alonga demasiadamente.
Em quais estados há um atrito maior entre PT e PMDB?
São todas situações contornáveis. Alguns casos são mais difíceis. Se houver uma candidatura do PMDB na Bahia, não será fácil formar esta composição. O Rio Grande do Sul é outro estado onde há uma disputa antiga entre o PT e o PMDB. É possível que haja quatro candidaturas da base: PP, PT, PDT e PMDB. Em situações como as do Rio de Janeiro e do Maranhão, nossa ideia é que venham a ser contornadas até março. No Maranhão avançou bastante a ideia de apoio ao candidato da governadora Roseana Sarney. No Rio, vamos ver o que vai acontecer. É preciso verificar o que acontece no início do ano que vem. Por isso, eu defendo que essa antecipação não é útil, porque impede acordos definitivos.
No Rio há possibilidade de o PMDB não ter um candidato?
Não há. A disposição hoje do governador e do PMDB é ter o candidato próprio. O governador fez uma afirmação de que deixaria o governo em março. Não sei se esta é uma decisão já completada por ele. É uma hipótese que ele levanta. Sérgio Cabral tem um bom governo. Eu até considero uma injustiça o que fazem com ele no Rio. Mas acredito que a sua recuperação vai se acentuar nos próximos meses.
No caso da Bahia, como ficaria?
Vejo certa dificuldade. Se o Geddel (Vieira Lima) for candidato a governador, será difícil fazer a composição com o PT. Mas qualquer coisa que eu diga hoje será consideração prematura. Toda e qualquer consideração que se faça hoje seria uma elucubração. São raciocínios que dependem das circunstâncias que virão pela frente.
Por que o senhor diz que a rejeição a Sérgio Cabral é injusta?
Porque ele fez um belíssimo governo. As notícias que tenho são de que ele e Eduardo Paes (prefeito do Rio), numa parceria bastante expressiva, fizeram do Estado um canteiro de obras. Eles realizaram muito no Rio, por isso acho inadequada a resistência que fazem a Cabral.
A que o senhor atribui essa resistência?
Tenho uma tese. Os movimentos que se deram em junho não foram apenas contra os governos estabelecidos. Foram contra o estabelecido. Tanto que atingiram entidades particulares, partidárias, os políticos e os administradores. Minha tese é que a democracia passou por três fases distintas.
Houve uma primeira fase, após a Constituição de 88, que foi a fase da democracia liberal. Como o país saiu de um sistema autoritário, as reivindicações por liberdades eram muito amplas. Houve um exercício extraordinário da aplicação dessas liberdades. Logo depois, o indivíduo que tinha direito à liberdade de manifestação, expressão etc., disse: "Eu quero é pão sobre a mesa. Quero saber como eu me alimento". Entramos na segunda fase da democracia, patrocinada pela Constituição, que é a chamada democracia social. Foi quando entrou o governo como Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família e outros tantos projetos que promoveram a ascensão social. Isso gerou agora a reivindicação por uma terceira fase, que é a democracia da eficiência. As pessoas ascenderam socialmente. Então, o sujeito que nunca comprou carro, de repente pode comprá-lo, o que nunca viajou de avião, pode comprar passagem. Esse cidadão encontra serviços inadequados, enfrenta engarrafamentos imensos. E passa a ser mais exigente: quer mais saúde, mais educação. Ele saiu da pobreza absoluta, onde não podia nem sonhar, e passou para a fase da classe média baixa em que ele já começa a reivindicar. Neste momento, surge a ideia da democracia da eficiência. A manifestação é legítima. As pessoas querem melhores serviços públicos, querem ética na política.
Temos que compreender isso. Temos que pensar em uma política para a nova classe média. Tanto é que o governo lançou os cinco pactos (Responsabilidade Fiscal, Saúde, Educação, Mobilidade e Reforma Política). Os governos estaduais tomaram suas providências. O legislativo aprovou muita coisa que estava há muito tempo sem votação.
Falou-se muito da pressão por mecanismos de democracia direta. A presidenta chegou a propor plebiscito...
Estamos vivendo uma democracia ampla. Essas pessoas, que muito legitimamente saíram às ruas, querem mais.
E se falou também de um desgaste forte da classe política. O sr. acha que há esse desgaste?
Acho, sim. E não é algo que seja novidade em qualquer país. O Legislativo é o poder mais vergastado. Certamente porque é o poder onde estão as várias correntes de opinião. Muitas vezes os integrantes do Legislativo se autocriticam. É um poder até muito transparente. Então, é natural que haja essas queixas. Quem conhece a história do Brasil sabe que isso é até repetitivo. O que é preciso sempre é que haja resposta a isso. E não é inútil que haja essa movimentação, porque é uma movimentação fiscalizadora.
O Congresso criou uma pauta para dar respostas às ruas. A agenda foi cumprida?
Faço uma avaliação muito positiva. Foi útil votar certas matérias, como o voto secreto - que surgiu como instrumento da democracia para opor-se à ideia do soberano, daquele que tinha poder incontrastável de mando. O voto secreto serviu para proteger o representante popular contra a pressão de quem tinha o poder central, para se opor à vontade soberana de quem estivesse no poder, especialmente o Executivo. Mas hoje, como fenômeno da transparência e da publicidade, que são tópicos constitucionais, evoluiu-se para a ideia do voto aberto. Paciência. O deputado vai dar um voto, no Parlamento, que pode desagradar o eleitor, mas o eleitor sabe em quem está votando.
No caso da cassação de mandato parlamentar, o senhor acha válido o voto aberto?
Confesso que tenho minhas dúvidas. Talvez o deputado vote a favor ou contra a cassação tendo em vista a abertura do voto. Ele teria melhor liberdade para votar se fosse secreto. Não tenho dúvida de que muita gente poderia votar pela cassação, mas, tendo em vista muitas vezes os coleguismos, ele pode ficar constrangido e votar contra.
Esse raciocínio vale também para os vetos presidenciais?
Não. Porque não se trata de uma relação pessoal. Trata-se de uma relação institucional entre o Legislativo e o Executivo. O parlamentar está contra, vai e coloca a sua posição pela derrubada do veto. Porque já votou durante a tramitação do projeto. Nas relações pessoais é que tenho um pouco de preocupação. Embora haja uma exaltação ao voto aberto, não sei se é útil para alguns casos.
Fala-se muito da "judiciarização" da política, com uma intervenção muito forte do Judiciário em questões do Legislativo. Qual sua opinião?
A questão é que a Constituição não é só a letra, mas também seus princípios. Muitas vezes vejo o Supremo decidindo baseado em princípios da Constituição, o que é legítimo. Outra coisa é que muitas vezes o Judiciário é acionado pelos próprios parlamentares ou os partidos, que vão provocá-lo a se manifestar, com Ação Direta de Inconstitucionalidade, por exemplo.
Foi o que aconteceu no caso da fidelidade partidária. O Supremo interpretou dispositivos constitucionais para definir que aquele que saísse do partido era infiel e, portanto, perderia o mandato. Acho péssimo judiciarizar a política, mas não creio que neste momento esteja havendo uma judiciarização deliberada do Supremo.
No caso do mensalão, o senhor acha que foi um julgamento político, ou se deu à luz do Direito?
Não quero dizer nada porque precisaria examinar as 80 mil páginas do processo. Não conheço as provas, não examinei os autos.
Esse episódio pode ter peso nas eleições de 2014?
Não acredito. Primeiro, porque já passou. Segundo, porque a presidenta Dilma não teve nenhuma participação nisso - nem antes, nem depois. Manteve-se como estadista. Além do mais, hoje há um show de acusações de todos os lados.
As denúncias relacionadas ao metrô de São Paulo podem ter algum peso nas eleições?
Nenhum desses casos pesará nas eleições. Ou, falando diferente, ficarão todos no zero a zero. São fatos parecidos de ambos os lados. Não creio que essa tônica guiará o eleitor no ano que vem. O que vai guiar o eleitor é uma espécie de referendo, já que há a candidatura para a reeleição. De um lado, terá o eleitor que concorda com os feitos do governo, que acredita na presidenta e vai votar novamente nela. Do outro, aquele quenão acredita e não vai votar na Dilma.
O que explica esta presença forte de corrupção na vida política do Brasil, já que existem tantos instrumentos de controle?
No passado as pessoas faziam o santo do pau oco para guardar o ouro e não entregar para Portugal. A corrupção não é um fenômeno de hoje. O que ocorre é que os mecanismos que revelam a questão da transparência da administração pública é que fizeram aparecer mais a corrupção. Mas este é umperíodo transitório. Como há um combate intenso à corrupção, com o tempo ela irá desaparecer. Por enquanto, ela está aparecendo.
E a economia, quanto vai pesar nas eleições?
Vai pesar muito. Apesar dos que a criticam, eu acredito que, sob o foco eleitoral, a economia está em um patamar muito positivo. Não tem aumento do desemprego, as pessoas continuam consumindo, as pessoas estão sendo empregadas. Enquanto isso se mantiver, não acho que haverá interferência negativa no eleitor. As coisas só mudam se houver um desastre econômico.
Quando o sr. conversa com representantes das elites econômicas, nota um desânimo ou desalento em relação à economia?
Não vejo desânimo nem desalento. O que vejo é certa preocupação em relação ao que vai acontecer. Toda vez que o ministro da Fazenda se manifesta, ou a presidenta, ou eu mesmo, mostramos que as perspectivas são boas. Quando se verifica o que o Brasil vai fazer em termos de aeroportos, portos, ferrovias, rodovias, tudo começando agora e se desenvolvendo nos próximos anos, vejo muito interesse dos governos e das entidades privadas nos vários países. Se houvesse desânimo, o leilão do aeroporto de Galeão não teria tido um ágio de 300%.
E como vê o risco de o Brasil perder o grau de investimento?
O Brasil está trabalhando para não perder, esclarecendo junto às agências de risco. Porque uma coisa é a situação atual; outra, são as perspectivas. O que as agências querem saber é quanto às perspectivas. Se elas forem boas e convincentes, não creio que haja rebaixamento.
Há curto-circuito entre Dilma e o empresário?
Não vejo curto-circuito. Pode até haver um empresário ou outro com queixas. Mas o governo fez muito pelo empresariado. Um exemplo são as desonerações para a indústria e o comércio. Elas foram tão intensas que até geraram um problema de arrecadação para o governo.
Há uma crítica ao PMDB em relação a pessoas rebeladas no partido, que negociam suas votações. Pessoas com o perfil do toma-lá-dá-cá. Não incomoda ao partido ter essa imagem?
É equivocada essa visão de que o PMDB quer ter cargos, coisas desse tipo. O partido que tem uma parceria para governar, que faz uma coalizão, muito naturalmente é chamado para ajudar a governar. Se estivéssemos no parlamentarismo, seria natural. Para o tamanho do PMDB, se for analisar o que ele tem no governo, é algo até modesto.
E no caso do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que é um deputado bastante agressivo nas negociações?
É o estilo dele. Não é o estilo do PMDB. É estilo de um líder que quer proteger a bancada. É natural que a bancada tenha aspirações e ele protege muito bem os interesses da bancada. Fui líder do partido e fazia esse papel. As aspirações de bancada são legítimas porque o deputado representa sua região. Enquanto houver esse sistema de centralização emtorno da União, será assim. Nós criamos um sistema federativo um pouco artificial. A União centraliza muita coisa.
O sr. considera correta a prática de lotear ministérios para políticos, e não para técnicos?
Ministro tem que ser sempre uma figura política. Porque o ministro terá que ter sempre uma visão nacional. O que ele deve fazer é cercar-se de técnicos habilitados para os vários setores de seu ministério. Mas criticar o ministério porque o ministro é da área política não é correto.
E a equipe tem que ser composta por quadros do partido?
Não tem sido assim. Nos ministérios tem uma amálgama de partidos. E, muitas vezes, quando os partidos indicam, tem sido gente do próprio ministério.
O PMDB nega apoio à reforma política? Porque a reforma política nunca sai...
Esse caso é diferente. Porque reforma política é um tema individualizado. Cada deputado, na hora de votar a reforma política, quer saber o que é útil para ele. Não adianta o partido orientar para um lado, porque ele vai votar de acordo com seus interesses eleitorais.O fato de ser seu interesse eleitoral forma nele uma cultura política racional. Ele se convence de que aquilo em que está votando é o correto.
Por que, quando se discute a reforma política, há determinados temas para os quais não se chega nunca a uma conclusão?
Não se consegue ir ao fulcro da questão. E o fulcro da questão é o sistema eleitoral. Não se consegue estabelecer o sistema eleitoral. No meu partido, por exemplo, tem uma turma grande que vota na minha tese de voto majoritário, depois tem os que optam pela lista, outros que votam no distrital, e outros no distrital misto. Não há entendimento.
Então, a reforma política não sai?
Acho difícil. Por isso eu acho que a ideia de uma consulta pública não é ruim. Seria bom para o parlamento. Primeiro, quem convocaria a consulta seria o Congresso. Quem formularia os quesitos seria o Congresso. E quando saísse o resultado, quem formataria o projeto seria o Congresso. A vantagem da consulta popular é que forma uma força indutora da atuação do Congresso.
O sr. é a favor do financiamento público?
O financiamento hoje já é público e privado porque quando se estabelece o fundo partidário, é uma verba do poder público que vem para os municípios. Mesmo a propaganda eleitoral é patrocinada pelo poder público, já que as emissoras têm um desconto no imposto de renda para colocar o programa no ar. Já existe este amálgama do público como privado e eu penso que o melhor seria manter essa fórmula com mecanismos de transparência absoluta. E hoje essa transparência vemse dando porque os fenômenos fiscalizatórios são muito grandes. Quando o candidato faz coisas como caixa 2, normalmente tem o candidato adversário que vai ao Judiciário eleitoral denunciar.
É um ponto de colisão entre o PT e o PMDB, já que o PT é a favor do financiamento 100% público?
O PMDB não concorda. Acha que tem que ter as duas formas.
Fala-se, hoje, de uma falta de apetite da oposição e que a oposição no Brasil é muito fraca. O senhor acha que há uma crise na oposição brasileira?
Não acho não. A única coisa que ocorre é que o governo tem feito muitas coisas que dificultam a ação da oposição. Como alguém vai se insurgir contra o Bolsa Família ou o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil)? O governo tem programas sociais muito fortes e bem- sucedidos. Isso estreita o espaço para fazer oposição. Há uma oposição até muito criativa no Brasil. Isso é útil. A oposição no sistema constitucional brasileiro não existe só para se opor. Existe para governar. Porque quando ela se opõe, ajuda a dar rumo.
Avalia-se que tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos estariam visando mais a 2018 do que 2014. O sr. concorda?
É possível. Mas não significa que eles não vão trabalhar para ganhar a eleição.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vendedor de Bombom realiza sonho de cursar Medicina - Belém - Pará

E você achando sua vida difícil?! Acho que podemos mudar nossas vidas...vamos em frente!

Vendedor realiza sonho de cursar Medicina

Quarta-Feira, 06/11/2013, 21:16:38 - Atualizado em 06/11/2013, 21:57:41

Vendedor realiza sonho de cursar Medicina (Foto: Divulgação/Facebook )
Uma postagem feita por ele na última semana, foi compartilhada por centenas de pessoas. (Foto: Divulgação/Facebook )

estudante Jessé Soares, de 25 anos, usou a rede social Facebook para realizar seu sonho de dedicação integral ao curso de Medicina. Jessé que tem duas filhas, realizou uma campanha a partir da rede, para arrecadar dinheiro que ajudaria nas despesas do curso.
Uma postagem feita por ele na última semana, foi compartilhada por centenas de pessoas. No texto, o estudante fala de sua infância e da batalha em conquistar seu maior sonho
"Nasci e cresci no interior de uma cidadezinha chamada Limoeiro do Ajuru, no estado do Pará, lá cursei o ensino fundamental e médio. Mudei pra Belém em 2007, fiz cursinho pré-vestibular e passei em Física na UFPA e biologia na Uepa, não gostei de nenhum dos cursos, voltei para o cursinho e tentei Medicina em ambas as universidades, passei nas duas. Decidi ficar com a Uepa, desde lá tenho travado uma batalha com a dureza da vida, sem recursos pra me manter na universidade, decidi vender bombons de chocolate em coletivos no município de Belém, não é nada fácil", relatou.
Em mais um trecho do texto, Jesse pede a ajuda dos internautas para a realização de seu sonho. "Não estou pedindo muito, apenas que leia e divulgue, compartilhe e se você puder doar R$1,00 estará fazendo muito por mim e se um amigo seu também puder doar R$1,00 e outro mais R$1,00 eu espero ter dinheiro pra continuar estudando", completou.
Após a publicação em seu perfil no Facebook e divulgação do texto em algumas comunidades, o estudante de Medicina recebeu dinheiro e até doação de cestas básicas. Ele recebeu ainda, a ajuda de um professor do curso de Medicina da UEPA, que se ofereceu para pagar o curso de preparação para residência médica. 
Em uma nova postagem, feita no dia 2 de novembro, Jesse agradeceu a ajuda de todos em seu perfil na rede social e mostrou toda sua alegria em cada palavra escrita.
Leia alguns trechos do texto:
"No início da semana, eu estava desesperado, sim, desesperado, não há outra palavra pra expressar, completamente desorientado, não conseguia estudar, nem pensar direito. Quando não havia saida, quando não havia luz, quando tudo parecia ter chegado ao fim, tudo mudou. Terça-feira, lá pelas 19hs, eu estava na rua, subindo e descendo de ônibus, com a boca seca, mal conseguia falar, mas vender era preciso". (...) "Lá vem o 902, 'Cidade Nova VI - Presidente Vargas', vendi 20, senti a bacia ficar mais leve, o desânimo sumiu, veio mais ônibus, sobe, desce e assim eu continuei", relatou. 
"Já passava da meia-noite, eu estava em casa tentando encontrar uma solução, nada surgia, apenas aquela ideia, mas eu não podia por em prática, sei lá o que vão pensar? 'Que sou oportunista?' ou 'Que sou um lutador'? Naquela madrugada, sem sono, decidi então fazer um post, enviei pra cinco comunidades médicas e pedi que divulgassem. Na quarta-feira não fui vender, estava cansado, por volta de 21h fui conferir se alguma comunidade havia publicado, e apenas uma publicou, a comunidade 'Um sonho não muito distante'. As demais não deram muito crédito. Comecei a postar em todos os grupos dos quais eu faço parte, foram 15 minutos, 900 segundos e tudo começou a mudar, meus amigos passaram a compartilhar e eu fiquei até as três da manhã aceitando pedidos de amizade, respondendo SMS e atendendo o celular. Muita gente querendo ajudar, nos dias que seguiram meu celular não parou de tocar, quando cheguei em casa à noite havia 185 solicitações de amizade, pessoas de todo o Brasil querendo saber a veracidade da história.E agora tenho um MUITO OBRIGADO a dizer a todos vocês, que curtiram, que compartilharam, que acreditaram. Muitas pessoas ajudaram, muitas estão ligando dizendo que vão ajudar. O meu OBRIGADO é do tamanho da generosidade de vocês", finalizou.
Vários internautas comentaram a atitude do ex-vendedor de bombons.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Correr atrás dos sonhos... (I have a Dream)



Bem, meus amigos, tempos que não escrevo por aqui. Isso se deu pois, primeiro estava sem saber sobre o que escrever, depois que tive uma inspiração para o assunto, faltava o tempo, e depois que tinha o tempo, faltava a inspiração pra escrever. E eis que em uma madrugada sem sono, os três quesitos resolveram se encontrar.

Ultimamente, estava reparando que a postagem mais visitada do blog tem sido "Sobre as tirinhas de Armandinho". Achei curioso. E, coincidentemente, ao acompanhar o Facebook das famosas tirinhas, vi uma que chamou tanto a atenção, que passou a ser a minha foto de capa, lá no Facebook. E ela chamou atenção pois tratava sobre ir atrás de nossos sonhos, e isso é uma coisa que todos temos de começar a fazer...eu já comecei!

Essa tirinha, me fez lembrar outra postagem antiga, "A dobradura dos lenços", que trata justamente sobre fazer escolhas para alcançar aquilo que se quer, trazendo um pedaço desse post, é bom refletirmos: "(...) a vida é irrecusável, você terá que se dobrar como qualquer lenço. Mas pode escolher a que se dobrar, como e quanto. E dessas suas decisões sairá desenhado e definido o seu tamanho. E, sempre que quiser, você poderá se desdobrar e fazer um outro desenho.". Comecemos a nos dobrar pra alcançar nossos sonhos.

Qual a importância que você dá a seus sonhos? Penso que isso é algo que devamos responder, com muita sinceridade, a nós mesmos. Pois, é a nossa resposta que dirá o quanto nos dobraremos, o quanto iremos atrás deles. Se podemos nos machucar nesse caminho? Claro que podemos! Ora, se fosse fácil, não teria graça, não é mesmo? Afinal, quanto mais demoramos a conquistar, mais valor damos aquilo que tomamos como troféu.

Eu sou capaz de dizer que são os sonhos a mola propulsora do mundo. Quantas coisas foram possíveis apenas porque alguém decidiu perseguir seu sonho e conseguiu alcançá-lo?! Claro, algumas pessoas pararam pelo caminho, mas não é delas que ouvimos falar, e sim daquelas que persistiram e alcançaram. Essas é que temos de seguir de exemplo. Por diversas vezes teremos situações ou pessoas nos dizendo que é melhor parar, desistir, mudar o objetivo e a nossa trajetória! Na minha opinião, não dê ouvidos, insista, persista e nunca desista!

Algumas vezes, necessitamos de alguém, algum fato ou situação que nos faça direcionar e lembrar que nossos sonhos são mais importantes. Devemos repetir aquila expressão, dita por Luther King, a nós mesmo e até para outras pessoas: Eu tenho um Sonho!

Esse sonho, muitas vezes nem precisa ser compartilhado, enquanto não for concretizado. Pode ser um daqueles segredos que não se contam nem para as paredes, ou, na minha opinião, pode ser dividido com aquelas pessoas mais importantes da sua vida...ou com um estranho que você nunca mais verá na vida. O importante é que você não esquecer que tem um sonho, não esquecer persegui-lo.

Brenno MM.





sábado, 27 de abril de 2013

Sobre as tirinhas do Armandinho.

Caros amigos,

Recentemente, conheci umas tirinhas excelentes, muito boas, diria até fora de série. Passei a compartilhar no Facebook. Só que intrigado um pouco sobre a origem dessas tirinhas fiz uma busca rápida e achei o texto abaixo que traz parte da história do autor e demonstra sua inspiração, que vens desde cenas de família até de assuntos polêmicos.
Bem, mas antes do texto, vou colocar algumas das tirinhas que mais gostei e o que cada uma me faz pensar.

Nunca sem resposta...


Algumas promessas são difíceis de cumprir...



 Eu, minha Mãe, meu quarto e as louças...



 Vergonha pra que?!


 Promessas realmente difíceis de cumprir...



As vezes a gente tenta,mas faz lambança. 

Curta a página do Armandinho no Facebook clicando aqui.


Permitam-me aqui trazer o texto escrito por Nycolas Ribeiro, sobre o Armandinho, e publicado no site: http://www.revistatudoeetc.com/2013/04/o-pai-de-armandinho.html

O pai de Armandinho

Foto: Janyne Sattler

Dia desses, procrastinando no Tumblr, vi uma foto de intervenção urbana em uma placa que dizia “Don’t grow up. It’s a trap”. Refleti sobre a frase e concordei com o conselho e a ideia de que a vida adulta é realmente uma armadilha. Tornamo-nos burocráticos, pragmáticos e obstinados por ideais superficiais. Por um doce contraponto, a minha timeline no Facebook me apresentou o olhar sobre a vida com sensibilidade e inocência invejáveis do pequeno Armandinho e as delícias de ser criança.  Os incessantes compartilhamentos das tirinhas do guri que mal alcança os joelhos dos pais, fez com que, através de seus certeiros questionamentos, eu refletisse sobre situações corriqueiras em que me encontro e os posicionamentos que tomo na vida.

Por trás dessas histórias está o engenheiro agrônomo e jornalista-ilustrador Alexandre Cechetto Beck. Este é seu trabalho mais visível, mas, como o mesmo afirma, é quase um hobby. Depois de cinco anos como ilustrador no Diário Catarinense (2000 a 2005), no qual fez suas primeiras tirinhas, Alexandre decidiu trabalhar como ilustrador autônomo. Aos 41 anos, o catarinense – que mora atualmente em Santa Maria (RS) – possui uma pequena empresa de comunicação e trabalha principalmente com materiais educativos no formato de história em quadrinhos para prefeituras, secretarias de educação, fundações de meio ambiente, Polícia Ambiental e Defesa Civil.

Em nossas trocas de e-mails, descobri de quem Armandinho herdou toda a gentileza e perspicácia. Atencioso, Alexandre conta que não há regras para produzir as tirinhas: ora a ideia surge espontaneamente e ele a desenvolve através dos desenhos e textos, ora escolhe um tema ou uma mensagem que queira destacar e trabalha em cima disso até ficar de acordo com o que pretende passar. “Em minha mesa há muitos papeis rabiscados de ‘ideias’ que precisam ser trabalhadas”, afirma Beck, ressaltando que às vezes esse processo se desenrola por dias. Alexandre também conta que várias tirinhas são originadas de situações reais: “Uma tira que gosto muito é com o Armandinho levando uma bronca do pai e depois, perguntado se não teria nada a dizer, responde ‘abraço!’. Essa tira é minha filha.”


Pergunto quais cartunistas Alexandre admira e influenciam diretamente o seu trabalho. O primeiro da lista é o gaúcho Samuel Casal, artista de quem é fã e amigo, já que foi ele quem deu a chance de Beck trabalhar com desenhos no Diário Catarinense. Henfil, Laerte, Galvão e Angeli são outras grandes influências, apesar de divergirem do teor de seu trabalho. As comparações com Calvin, do estadunidense Bill Watterson, e Mafalda, do argentino Quino, são eminentes e justas. “Fico feliz com isso, pois são autores e personagens que admiro muito, e mais alinhados com meu pensamento”. Entretanto, o trabalho que mais marcou o ilustrador foi “O Pequeno Nicolau”, dos franceses Sempé e Goscinny. Com saudosismo, Alexandre conta que sua avó lia para os netos antes de dormirem, há mais de 30 anos. “A grande influência que tenho da família foram seus valores. A sensibilidade de perceber o que realmente importa”.

Casado com a professora de filosofia Janyne Sattler, Alexandre é pai de Augusto (17) e Fernanda (10), e, categórico, afirma que seus filhos são a inspiração e a motivação de seu trabalho. “Sou o responsável por trazê-los ao mundo. Talvez seja pretensão ou ingenuidade, mas penso ter, por isso, a obrigação de, mais do que ‘prepará-los para esta vida cruel e dura’, tornar este mundo um pouco melhor pra eles”. E Dinho (como é carinhosamente apelidado) se mostra promissor nessa tarefa. Em suas curtas histórias, o gurizinho de cabelo azul também aborda assuntos que estão em voga na sociedade, que vão da preservação do meio ambiente ao preconceito com relacionamentos homossexuais. “Os temas que abordo nas tiras são minha preocupação há muito tempo. O que tento com as tiras é colocar assuntos sob pontos de vista diferentes, questionando pontos não discutidos, ou de forma simples, como uma criança o faria”, explica Alexandre, completando que gosta de pensar que as ilustrações podem servir de ponto inicial de reflexões e discussões sobre vários assuntos, além de acreditar que ter uma criança como personagem facilite isso.

Na maioria dos quadrinhos, Armandinho está acompanhado (pelas pernas) de seu pai. Pergunto se este seria um alter ego do ilustrador, que me responde que as pessoas (ele, inclusive) costumam dizer que Dinho seria seu terceiro filho. Alexandre considera o pai como uma “versão adulta” do personagem principal, com todos seus limites, imposições e “valores” que nos são repassados: “Temos muito a aprender com as crianças. Inclusive a nos resgatar. Faço tiras que eu gostaria de ler”.


Apesar das sacadas inteligentes e engraçadas em suas tiras, Alexandre não se considera um humorista: “Uso o humor como um meio, e o que dá o teor de humor é o próprio leitor”. Sobre a importância que atribui ao seu trabalho enquanto cartunista, ao realizar críticas e fomentar debates nas redes sociais, Alexandre expõe que percebeu com gosto o estopim de valiosas discussões que suas tirinhas proporcionaram através de compartilhamentos no Facebook. “Penso que todos temos responsabilidade para com os outros em tudo o que fazemos. Não gostaria que meu trabalho fosse visto como entretenimento apenas”, enfatiza o ilustrador ao considerar que a troca de ideias e pontos de vista são essenciais para as mudanças.

Do retorno gratificante do público (“não intencional, mas muito positivo”, como conta), Alexandre diz perceber que muitos pais que lêem as tiras passam a prestar mais atenção em seus próprios filhos, “ao que eles dizem e sentem, às suas reais necessidades”. Através da simplicidade e a ingenuidade de uma criança, o trabalho de Beck tem nos divertido e nos desafiado a repensar sobre nossas mais diversas atitudes, envolvendo respeito e tolerância, com um pouco de humor e carinho nas falas de uma criança astuta e esperta. “Acho que se há alguém próximo a ele sou eu mesmo, usufruindo de toda a liberdade de pensamentos e ideias que toda criança possui”. E é nessa proposta que Alexandre mostra o paizão que é.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

A ORIGEM DO CARNAVAL


carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Posteriormente, os gregos e romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festa, tornando-a intolerável aos olhos da Igreja. Com o passar do tempo, o carnaval passou a ser uma comemoração adotada pela Igreja Católica, o que ocorreu de fato em 590 d.C. Até então, o carnaval era uma festa condenada pela Igreja por suas realizações em canto e dança, que aos olhos cristãos eram atos pecaminosos.
A partir da adoção do carnaval por parte da Igreja, a festa passou a ser comemorada através de cultos oficiais, o que bania os “atos pecaminosos”. Tal modificação foi fortemente espantosa aos olhos do povo, já que fugia das reais origens da festa, como o festejo pela alegria e pelas conquistas.

Em 1545, durante o Concílio de Trento, o carnaval voltou a ser uma festa popular. Em aproximadamente 1723, o carnaval chegou ao Brasil sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX que os blocos carnavalescos surgiram com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à de hoje.

A festa foi grandemente adotada pela população brasileira, o que tornou o carnaval uma das maiores comemorações do país. As famosas marchinhas carnavalescas foram acrescentadas, assim a festa cresceu em quantidade de participantes e em qualidade.


Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval.htm

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A pedra e o caminho.

Quem na infância não leu o poema que segue? Quem nunca ficou se perguntando o motivo de tal combinação de palavras fazerem tanto sucesso? Ora, aposto que alguém já pensou que fosse você a escrever tal poema ninguém daria tanto crédito assim. Daí, pensa e repensa, lê e relê, e vê que nas simples palavras, no jogar com as palavras palavras, há sim, uma coisa de especial, que prende atenção e força-nos a render a majestade de Drummond, pois simples assim, tinha uma pedra no meio do caminho. 



No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Minha terra tem palmeiras...


Agora a noite, durante uma pequena pausa em minhas atividades, me peguei com um pensamento na minha terra, no meu Pará, e de súbito, inexplicavelmente, veio na cabeça o verso de Gonçalves Dias "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá; As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá...". Logo procurei na internet o poema completo, e avivei a memória daqueles tempos já idos, quando ainda na escola tínhamos que ler os grandes poetas e escritores, daí pego-me a perceber que há tempos não os leio, que é bom, de vez em quando, ouvir um pequeno verso, uma pequena história, daqueles tempos já idos, e reviver lembranças da minha infância querida, aurora da minha vida que os anos não trazem mais, e de repente, não mais que de repente surgem outros versos, que outro dia dou-me a liberdade de postá-los. Assim, que tal conferir aqueles versos que me fizeram vir até aqui?!

Canção do Exílio

                               Gonçalves Dias   

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."