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sábado, 27 de abril de 2013

Sobre as tirinhas do Armandinho.

Caros amigos,

Recentemente, conheci umas tirinhas excelentes, muito boas, diria até fora de série. Passei a compartilhar no Facebook. Só que intrigado um pouco sobre a origem dessas tirinhas fiz uma busca rápida e achei o texto abaixo que traz parte da história do autor e demonstra sua inspiração, que vens desde cenas de família até de assuntos polêmicos.
Bem, mas antes do texto, vou colocar algumas das tirinhas que mais gostei e o que cada uma me faz pensar.

Nunca sem resposta...


Algumas promessas são difíceis de cumprir...



 Eu, minha Mãe, meu quarto e as louças...



 Vergonha pra que?!


 Promessas realmente difíceis de cumprir...



As vezes a gente tenta,mas faz lambança. 

Curta a página do Armandinho no Facebook clicando aqui.


Permitam-me aqui trazer o texto escrito por Nycolas Ribeiro, sobre o Armandinho, e publicado no site: http://www.revistatudoeetc.com/2013/04/o-pai-de-armandinho.html

O pai de Armandinho

Foto: Janyne Sattler

Dia desses, procrastinando no Tumblr, vi uma foto de intervenção urbana em uma placa que dizia “Don’t grow up. It’s a trap”. Refleti sobre a frase e concordei com o conselho e a ideia de que a vida adulta é realmente uma armadilha. Tornamo-nos burocráticos, pragmáticos e obstinados por ideais superficiais. Por um doce contraponto, a minha timeline no Facebook me apresentou o olhar sobre a vida com sensibilidade e inocência invejáveis do pequeno Armandinho e as delícias de ser criança.  Os incessantes compartilhamentos das tirinhas do guri que mal alcança os joelhos dos pais, fez com que, através de seus certeiros questionamentos, eu refletisse sobre situações corriqueiras em que me encontro e os posicionamentos que tomo na vida.

Por trás dessas histórias está o engenheiro agrônomo e jornalista-ilustrador Alexandre Cechetto Beck. Este é seu trabalho mais visível, mas, como o mesmo afirma, é quase um hobby. Depois de cinco anos como ilustrador no Diário Catarinense (2000 a 2005), no qual fez suas primeiras tirinhas, Alexandre decidiu trabalhar como ilustrador autônomo. Aos 41 anos, o catarinense – que mora atualmente em Santa Maria (RS) – possui uma pequena empresa de comunicação e trabalha principalmente com materiais educativos no formato de história em quadrinhos para prefeituras, secretarias de educação, fundações de meio ambiente, Polícia Ambiental e Defesa Civil.

Em nossas trocas de e-mails, descobri de quem Armandinho herdou toda a gentileza e perspicácia. Atencioso, Alexandre conta que não há regras para produzir as tirinhas: ora a ideia surge espontaneamente e ele a desenvolve através dos desenhos e textos, ora escolhe um tema ou uma mensagem que queira destacar e trabalha em cima disso até ficar de acordo com o que pretende passar. “Em minha mesa há muitos papeis rabiscados de ‘ideias’ que precisam ser trabalhadas”, afirma Beck, ressaltando que às vezes esse processo se desenrola por dias. Alexandre também conta que várias tirinhas são originadas de situações reais: “Uma tira que gosto muito é com o Armandinho levando uma bronca do pai e depois, perguntado se não teria nada a dizer, responde ‘abraço!’. Essa tira é minha filha.”


Pergunto quais cartunistas Alexandre admira e influenciam diretamente o seu trabalho. O primeiro da lista é o gaúcho Samuel Casal, artista de quem é fã e amigo, já que foi ele quem deu a chance de Beck trabalhar com desenhos no Diário Catarinense. Henfil, Laerte, Galvão e Angeli são outras grandes influências, apesar de divergirem do teor de seu trabalho. As comparações com Calvin, do estadunidense Bill Watterson, e Mafalda, do argentino Quino, são eminentes e justas. “Fico feliz com isso, pois são autores e personagens que admiro muito, e mais alinhados com meu pensamento”. Entretanto, o trabalho que mais marcou o ilustrador foi “O Pequeno Nicolau”, dos franceses Sempé e Goscinny. Com saudosismo, Alexandre conta que sua avó lia para os netos antes de dormirem, há mais de 30 anos. “A grande influência que tenho da família foram seus valores. A sensibilidade de perceber o que realmente importa”.

Casado com a professora de filosofia Janyne Sattler, Alexandre é pai de Augusto (17) e Fernanda (10), e, categórico, afirma que seus filhos são a inspiração e a motivação de seu trabalho. “Sou o responsável por trazê-los ao mundo. Talvez seja pretensão ou ingenuidade, mas penso ter, por isso, a obrigação de, mais do que ‘prepará-los para esta vida cruel e dura’, tornar este mundo um pouco melhor pra eles”. E Dinho (como é carinhosamente apelidado) se mostra promissor nessa tarefa. Em suas curtas histórias, o gurizinho de cabelo azul também aborda assuntos que estão em voga na sociedade, que vão da preservação do meio ambiente ao preconceito com relacionamentos homossexuais. “Os temas que abordo nas tiras são minha preocupação há muito tempo. O que tento com as tiras é colocar assuntos sob pontos de vista diferentes, questionando pontos não discutidos, ou de forma simples, como uma criança o faria”, explica Alexandre, completando que gosta de pensar que as ilustrações podem servir de ponto inicial de reflexões e discussões sobre vários assuntos, além de acreditar que ter uma criança como personagem facilite isso.

Na maioria dos quadrinhos, Armandinho está acompanhado (pelas pernas) de seu pai. Pergunto se este seria um alter ego do ilustrador, que me responde que as pessoas (ele, inclusive) costumam dizer que Dinho seria seu terceiro filho. Alexandre considera o pai como uma “versão adulta” do personagem principal, com todos seus limites, imposições e “valores” que nos são repassados: “Temos muito a aprender com as crianças. Inclusive a nos resgatar. Faço tiras que eu gostaria de ler”.


Apesar das sacadas inteligentes e engraçadas em suas tiras, Alexandre não se considera um humorista: “Uso o humor como um meio, e o que dá o teor de humor é o próprio leitor”. Sobre a importância que atribui ao seu trabalho enquanto cartunista, ao realizar críticas e fomentar debates nas redes sociais, Alexandre expõe que percebeu com gosto o estopim de valiosas discussões que suas tirinhas proporcionaram através de compartilhamentos no Facebook. “Penso que todos temos responsabilidade para com os outros em tudo o que fazemos. Não gostaria que meu trabalho fosse visto como entretenimento apenas”, enfatiza o ilustrador ao considerar que a troca de ideias e pontos de vista são essenciais para as mudanças.

Do retorno gratificante do público (“não intencional, mas muito positivo”, como conta), Alexandre diz perceber que muitos pais que lêem as tiras passam a prestar mais atenção em seus próprios filhos, “ao que eles dizem e sentem, às suas reais necessidades”. Através da simplicidade e a ingenuidade de uma criança, o trabalho de Beck tem nos divertido e nos desafiado a repensar sobre nossas mais diversas atitudes, envolvendo respeito e tolerância, com um pouco de humor e carinho nas falas de uma criança astuta e esperta. “Acho que se há alguém próximo a ele sou eu mesmo, usufruindo de toda a liberdade de pensamentos e ideias que toda criança possui”. E é nessa proposta que Alexandre mostra o paizão que é.


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